Nos intervalos, a dança também se conecta

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  • terça-feira, 18 de maio de 2010
  • por
  • Chris Galdino
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  • Desde a noite passada (17.05.10) estou em São Luís, Maranhão...para acompanhar a 2ª edição do CONEXÃO DANÇA CONTEMPORÂNEA, evento criado e coordenado por Erivelto Viana e sua Santa Ignorância Cia. de Artes. E já nos primeiros momentos sinto a importância destes encontros na formação do artista e do profissional da dança, e, no consequente fortalecimento da área. A troca de experiências em vários níveis, a partilha de vivências, o diálogo...são indispensáveis. E, neste sentido, as conversas nos intervalos, o debate que se estabelece em todas as brechas da programação têm tanto valor como a ação de assistir a um espetáculo ou fazer parte de uma oficina de dança.
    Hoje (18.05.10) após o café da manhã a conversa começou pela realidade da produção em dança do Maranhão, estado que não possui nenhum edital (municipal nem estadual) de fomento à dança. Os interlocutores, além de mim, foram: a pesquisadora Angela Sousa (CE); e os artistas da dança paranaenses Neto Machado e Ricardo Marinelli (Coletivo Couve-flor- minicomunidade arttística mundial). Depois de falas unânimes sobre a necessidade de aproveitarmos todas as oportunidades para dar acesso às informações sobre os mecanismos de fomento e as políticas públicas de cultura, por meio de exemplos de vários estados brasileiros, colocamos em pauta "as questões que interessam aos criadores em dança contemporânea e as relações com o local, o nacional e o internacional". Deixe-me explicar melhor. Debatemos a relação entre a criação e o contexto cultural no qual ela está inserido, a partir da constatação de que não observamos na grande maioria das produções maranhenses de dança contemporânea elementos da tão rica cultura popular local. Isso nos trouxe uma discussão sobre identidade, brasilidade e colonialismo. Se por um lado não é desejável que todo artista tenha obrigatoriamente de trazer para cena aspectos da sua cultura (além, é claro, daquele que está inevitavelmente impresso no seu corpo e nos seus movimentos), por outro a opção de reproduzir modelos importados de concepção também acaba por contribuir para a homogeneização das produções em dança contemporânea. Se, como afirmou o dramaturgo Nelson Rodrigues "toda unanimidade é burra", que acordos teremos que fazer, que estratégias serão mais adequadas, que relações teremos que priorizar para garantir a liberdade real de criação e dar conta de toda a diversidade da dança (melhor seria dizer "das danças") contemporânea brasileira? Como não cair nas armadilhas das "tendências" que legitimam apenas um determinado tipo de discurso de ideias e corpos, desqualificando os demais?
    Vamos continuar conversando?

    3 comentários:

    antunes neto disse...

    Olá, sou Antunes Neto, de São Luis-MA, e participei do Conexões, representando o Grupo Laborarte, que se abre para para a(s) nova(s) dança(s) brasileira(s) acolhendo minhas criações e se renovando para o século que se inicia. Agradeço a todos que se dispuseram e se preocuparam com a continuidade dos trabalhos desenvolvidos no Maranhão.
    ANTUNES NETO
    Pesquisador, dançarino e coreografo.

    Chris Galdino disse...

    Oi Antunes,acompanhei uma intensa semana de atividades em São Luís...tomara que essa convivência produtiva traga bons frutos para os artistas da dança do Maranhão. Para mim está trazendo, sem dúvida!
    Obrigada pelo comentário e vamos continuar nos falando por aqui.

    OSCAR disse...

    ola prof>>adorei seu trabalho>>>>ate mais oscar cardoso 1@ na jornalismo joaquim nabuco

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